Num jogo que muitos gostaram, ontem, o Barcelona venceu o Manchester United por 3 a 1 sagrando-se, assim, campeão europeu.
Eu não gostei do jogo. Não gosto do jogo do Barcelona. Não me parece futebol.
Eu chamo ao Barcelona a equipa coincidência e ao seu jogo eu chamo meinho (chamo meinho ao treino que se faz em meio campo ou ¼ de campo com a finalidade de exercitar o passe a um ou dois toques).
Não há dúvida que este Barcelona existe, que é uma grande equipa, que nos últimos três anos tem ganho quase tudo, mas isso não me obriga a gostar. Eu acho que futebol é muito mais do que pequenos passes feitos com uma grande precisão até desorientar o adversário e então marcar golo com um suave passe para dentro da baliza.
Futebol é técnica, como tem o Barcelona, mas é também força, energia, velocidade, futebol é golo, mas golo de remate potente, com o pé direito com o pé esquerdo, de cabeça, em corrida, de bola parada, de jogada envolvente de livre ou de canto, enfim futebol é tudo o que nós vemos nas outras grandes equipas e não apenas o que vemos no Barcelona, que não marca um canto ou um livre para cabecear na área, sempre o passinho para o lado.
A equipa é uma coincidência, porque, por coincidência, reuniram-se nos juvenis e juniores do Barcelona um conjunto de grandes jogadores, que se mantiveram a jogar juntos, fazendo meinhos, durante muitos anos.
Mas a coincidência é ainda maior porque o Guardiola, desde sempre ligado ao Barcelona, conhecia esse grupo desde que eram meninos. Depois foi seu treinador nas equipas jovens e finalmente, por coincidência, passou a treinador da primeira categoria, mantendo os referidos jovens juntos e a jogar como sempre jogaram.
Uma equipa como esta não existe. Provavelmente daqui por 50 anos ainda se falará deste Barcelona, porque muito raramente este tipo de coincidências acontecem e por isso não será fácil surgir outra idêntica. Só numa situação como esta se consegue fazer o que eles fazem.
Posto isto, eu fico sem saber se o Guardiola é um dos melhores treinadores do mundo (como alguns dizem) ou se o Messi é um jogador mesmo fora de série (como alguns afirmam) ou apenas um grande jogador.
Não há dúvida que face aos resultados obtidos neste 3 anos, quer um quer outro estão muito bem cotados, mas o “tira-teimas” só pode funcionar se eles saírem para outra equipa e depois medir então os resultados. Assim, por exemplo, como fizeram o Mourinho e/ou o Cristiano Ronaldo.