O natal que temos agora, está bem retratado no vídeo que se segue:
Ora, eu quero que volte a ser como era dantes. Quero o espírito de solidariedade e entreajuda, a amizade, a confraternização, mas não o consumismo que muitas vezes é ofensivo e anti-natural.
Se também pensas assim, não te limites a dizer que sim com a cabeça. Faz!
Tenho andado deprimido. Aliás, concluí, agora, que nesta época do ano fico sempre deprimido. A alegria dos outros, a sua intensa azáfama a comprar prendas para oferecer na noite de Natal, em vez de me motivar e alegrar, desmotiva-me e entristece-me. Reparo que tem sido um processo evolutivo que tem acompanhado o crescimento dos meus filhos.
Creio que o que mais me deprime são duas coisas: por um lado, o consumismo exagerado que afecta a generalidade das pessoas, por outro, a hipocrisia de muitos de nós que durante o resto do ano nem sequer se lembram dos seus semelhantes com dificuldades e nesta época se derretem em simpatia e interesse pelos outros.
Quando eu tinha dez anos, tinham as minhas irmãs dois aninhos, mais ou menos, fui responsabilizado, pela minha Mãe, por ir adquirir uma prenda para lhes “pôr no sapatinho” era assim que se dizia. Fui a uma loja, perto de onde morávamos, na Rua Curvo Semedo, em Montemor-o-Novo e comprei dois bonecos em plástico, quase do tamanho delas naquela altura, despidos como vieram ao mundo, e elas gostaram tanto! Bom, gostaram tanto, que arrastaram os bonecos pela sua vida fora e ainda hoje descansam sobre as suas camas em casa dos nossos pais, apesar de elas se aproximarem a grande velocidade dos cinquenta anos.
Hoje, não há nenhuma criança que consiga ter este prazer, porque ou nem sequer chegam a ter um boneco de plástico como o delas ou, então, têm tantos, que nem lhes dão qualquer valor. Que pena…